INSS

Sofreu acidente e ficou com sequelas? Veja como calcular o valor do auxílio-acidente e entenda a tal da RMI

Você já ouviu falar do auxílio-acidente, mas na hora de entender quanto vai receber bate aquela dúvida: como o INSS calcula esse valor? O termo RMI (Renda Mensal Inicial) pode parecer complicado, mas entender como ele funciona é essencial para garantir que você não receba menos do que tem direito.

Se você ou alguém próximo sofreu um acidente e ficou com redução da capacidade de trabalho, este guia vai te mostrar como o cálculo do benefício é feito, quais regras valem hoje e o que mudou nos últimos anos.


O que é o auxílio-acidente e quem pode receber?

O auxílio-acidente é um benefício indenizatório pago pelo INSS a trabalhadores que, após um acidente (de trabalho ou fora dele), ficaram com sequelas permanentes que reduzem a capacidade para exercer sua profissão.

Ele é pago mensalmente, mesmo que a pessoa volte ao trabalho. Ou seja, é uma forma de compensar a limitação física ou funcional deixada pelo acidente.

Quem tem direito?

  • Segurados que sofreram acidente ou doença ocupacional;
  • Comprovação de redução parcial e permanente da capacidade laboral;
  • Ter qualidade de segurado no momento do acidente;
  • Passar por perícia médica do INSS.

Qual é o valor do auxílio-acidente?

Essa é a pergunta que mais gera confusão. O valor do auxílio-acidente corresponde a 50% da média de salários de contribuição do segurado. Mas esse cálculo já foi diferente no passado — e é aí que entra a tal da RMI (Renda Mensal Inicial).

Vamos entender melhor.


O que é a RMI e como ela entra no cálculo do benefício?

A Renda Mensal Inicial (RMI) é o valor base que o INSS utiliza para começar a pagar qualquer benefício. No caso do auxílio-acidente, a RMI representa a média de todos os salários de contribuição, a partir de julho de 1994, corrigidos monetariamente.

Depois de calcular essa média, o INSS aplica o percentual de 50%, que é o valor final que o segurado passa a receber.

Exemplo prático:

  • Média dos salários de contribuição: R$ 3.000,00
  • Valor do auxílio-acidente: 50% da média = R$ 1.500,00 por mês

Mas atenção: isso vale para acidentes ocorridos após 11/11/2019, com base na Reforma da Previdência.


As regras mudaram! Veja como era antes da Reforma

Antes da Reforma da Previdência (EC 103/2019), o cálculo da RMI era diferente. O valor do auxílio-acidente era calculado com base na renda do benefício por incapacidade (auxílio-doença), o que poderia resultar em valores mais altos.

Ou seja:

  • Antes de 2019: auxílio-acidente podia equivaler a 50% do valor do auxílio-doença, que já era proporcional aos últimos salários;
  • Depois de 2019: valor passou a ser 50% da média de todos os salários desde 1994, o que reduziu o benefício para muita gente.

Essa mudança fez com que muitos segurados recebessem menos do que esperavam — e em alguns casos, valores quase simbólicos.


E se o acidente ocorreu antes da mudança na lei?

Boa notícia: quem sofreu o acidente antes da Reforma de 2019 tem o direito de calcular o benefício com base nas regras antigas, mesmo que o pedido tenha sido feito depois.

Ou seja, o que importa é a data do acidente ou do início da doença. Isso pode fazer muita diferença no valor recebido!


Como saber se o valor que o INSS pagou está certo?

Infelizmente, o INSS comete erros com frequência no cálculo do auxílio-acidente. Por isso, é importante verificar a carta de concessão, onde consta:

  • A RMI calculada;
  • A base de salários utilizada;
  • O valor mensal a ser pago.

Caso haja erro ou se o cálculo estiver com base na regra errada, é possível:

  1. Solicitar revisão administrativa pelo Meu INSS;
  2. Apresentar novos documentos ou cálculos corretos;
  3. Buscar apoio jurídico e acionar a Justiça, se necessário.

Auxílio-acidente é vitalício?

Depende. O benefício é pago até a aposentadoria do segurado, momento em que ele é automaticamente encerrado. Após se aposentar, o segurado não pode acumular o auxílio-acidente com a aposentadoria.

Mas atenção: há exceções em casos de aposentadorias por invalidez ou situações em que o auxílio foi concedido antes da reforma. O ideal é sempre consultar um especialista, pois a legislação muda com frequência.


E o auxílio-suplementar? Ainda existe?

O auxílio-suplementar era um benefício anterior ao auxílio-acidente, pago nos casos de redução da capacidade de trabalho. Ele foi extinto, mas ainda pode ser pago a quem já o recebia antes da mudança na legislação.

Na prática, hoje o auxílio-acidente substitui o antigo auxílio-suplementar, e segue regras mais atualizadas e específicas.


Conclusão: entenda a RMI e defenda o seu direito

Calcular corretamente o valor do auxílio-acidente é fundamental para não receber menos do que a lei garante. Entender como funciona a RMI, quais regras se aplicam ao seu caso e verificar o histórico de salários são passos essenciais.

Se você sofreu acidente e ficou com limitações, não aceite qualquer valor sem conferir o cálculo. Em muitos casos, uma simples revisão pode aumentar — e muito — o valor mensal que você recebe.

Continue aqui no blog para acessar outros conteúdos valiosos sobre seus direitos no INSS, aposentadorias e benefícios. Informação correta é seu maior aliado!


Perguntas frequentes (FAQ)

O auxílio-acidente conta para aposentadoria?

Sim, o tempo de recebimento do auxílio-acidente conta como tempo de contribuição, desde que o segurado continue trabalhando com carteira assinada.

Quem recebe auxílio-acidente pode trabalhar normalmente?

Sim! Esse benefício é indenizatório, ou seja, não impede que o segurado continue trabalhando normalmente.

Posso acumular auxílio-acidente com outros benefícios?

Depende. É incompatível com aposentadoria, mas pode ser acumulado com auxílio-doença ou pensão por morte, em alguns casos.

O valor do auxílio-acidente pode ser inferior a um salário mínimo?

Sim. Como o cálculo é feito sobre a média dos salários de contribuição e é aplicado 50% sobre essa média, o valor pode ficar abaixo do salário mínimo.

Como saber qual regra vale no meu caso?

Depende da data do acidente ou do início da doença. Se foi antes da Reforma de 2019, vale a regra antiga; depois disso, vale a nova.

Onde pedir revisão do valor do auxílio-acidente?

Você pode pedir revisão pelo aplicativo ou site Meu INSS, ou, em caso de negativa, buscar ajuda de um advogado especializado.

Confira também: APOSENTADORIA aos 55 ANOS! É POSSÍVEL?

DESCUBRA AGORA Como GARANTIR sua APOSENTADORIA aos 55 ANOS! É POSSÍVEL? (Fonte: Dra Tatiana Sampaio Youtube)
Mirian Carla Cappato

Recent Posts

Professores: veja como excluir o fator previdenciário e turbinar sua aposentadoria

Você sabia que muitos professores perdem parte do valor da aposentadoria por causa da aplicação…

18 horas ago

Adicional de 25% na aposentadoria: veja quem tem direito e como garantir já esse benefício

Você sabia que quem já recebe aposentadoria por invalidez e depende de ajuda de outra…

19 horas ago

Buraco Negro: vale a pena pedir revisão e aumentar seu benefício?

Você já ouviu falar daquela “falha” que alguns aposentados pagam por não terem seus salários…

20 horas ago

Revisão do Teto INSS: entenda como EC 20/98 e 41/03 podem aumentar seu benefício

Você sabia que muitos aposentados e pensionistas tiveram seus benefícios limitados por tetos menores, apesar…

21 horas ago

Revisão do Sub‑Teto: saiba como recuperar valores retidos ilegalmente no seu benefício INSS

Você sabia que muitos aposentados e pensionistas têm direito a revisões por causa do chamado…

22 horas ago

Tempo Especial reconhecido: passo a passo para acelerar sua aposentadoria especial

Você sabia que muitas pessoas perdem anos na aposentadoria por não reconhecerem o tempo de…

23 horas ago

This website uses cookies.