INSS

Carência no INSS: o que é, como funciona e quando você precisa cumprir?

Você já ouviu falar em carência do INSS, mas não sabe exatamente o que significa? Pois saiba que esse é um dos requisitos mais importantes para ter direito a vários benefícios previdenciários, como auxílio-doença, aposentadoria e salário-maternidade.

Muita gente confunde carência com tempo de contribuição, mas eles não são a mesma coisa! Entender essa diferença pode evitar que você seja surpreendido com a negação de um benefício no momento em que mais precisa.

Neste guia completo, vamos explicar de forma simples e direta o que é a carência do INSS, como ela funciona, quem precisa cumpri-la e em quais casos ela pode ser dispensada.

O que é a carência no INSS e qual sua importância?

A carência no INSS é o número mínimo de contribuições mensais que o segurado precisa ter para ter direito a determinados benefícios.

Ou seja, não basta apenas estar inscrito no INSS ou ter feito algumas contribuições. É preciso ter um histórico que comprove o cumprimento dessa exigência, que varia conforme o tipo de benefício.

Essa regra serve para garantir que o sistema previdenciário seja sustentável, evitando que pessoas contribuam apenas quando precisam de algum benefício.

Por isso, sempre que pensar em solicitar um benefício do INSS, o primeiro passo é verificar se você cumpriu a carência exigida.

Carência e tempo de contribuição: qual a diferença?

Embora muita gente ache que são a mesma coisa, não são!

  • Carência: é contada em quantidade de meses pagos ao INSS, independentemente do valor ou tempo de trabalho dentro do mês.
  • Tempo de contribuição: é o período total que você efetivamente trabalhou e contribuiu, contado em dias, meses e anos.

Exemplo prático:
Se você trabalhou e contribuiu por apenas um dia em janeiro e outro dia em fevereiro, já terá dois meses de carência, mas apenas dois dias de tempo de contribuição.

Por isso, a carência sempre considera o mês como unidade de medida.

Quais benefícios exigem carência e qual é o tempo mínimo?

Cada benefício previdenciário possui uma exigência específica de carência. Veja os principais:

  • Auxílio-doença: 12 meses de carência
  • Aposentadoria por invalidez: 12 meses
  • Salário-maternidade: 10 meses
  • Aposentadoria por idade: 180 meses (15 anos)
  • Aposentadoria por tempo de contribuição: não exige carência específica, mas é necessário comprovar o tempo mínimo de contribuição

Ou seja, se você quer ter direito, por exemplo, ao auxílio-doença, precisa ter no mínimo 12 contribuições mensais ao INSS.

Se tiver apenas 11, o pedido pode ser indeferido.

Quem não precisa cumprir carência no INSS?

Existem situações em que a carência é dispensada, ou seja, não é exigida do segurado. Veja alguns exemplos:

  • Auxílio-doença e aposentadoria por invalidez quando decorrentes de acidente de qualquer natureza ou de doença profissional.
  • Casos de doenças graves especificadas pelo Ministério da Saúde, como:
    • Câncer
    • AIDS
    • Esclerose múltipla
    • Alienação mental
  • Salário-maternidade para seguradas que já estavam em período de graça (manutenção da qualidade de segurado) e não perderam esse status.

Ou seja, mesmo que o segurado não tenha cumprido a carência mínima, pode ter direito ao benefício se estiver enquadrado nesses casos.

Como é feita a contagem da carência?

A contagem é feita em meses completos. Para cada mês em que houver pelo menos uma contribuição válida, é considerado um mês de carência.

Porém, é fundamental que as contribuições sejam válidas e não tenham sido feitas em atraso, a menos que o pagamento em atraso seja regularizado conforme as regras do INSS.

Além disso, há um detalhe importante: o primeiro pagamento só conta para a carência se for feito antes do fato gerador do benefício.

Exemplo: se você começou a contribuir hoje e amanhã sofrer um acidente, ainda não terá cumprido a carência exigida — salvo nos casos de isenção mencionados acima.

Quem é obrigado a cumprir carência e quem não precisa?

Em regra, todos os segurados obrigatórios (como empregados, contribuintes individuais e trabalhadores avulsos) precisam cumprir a carência para ter acesso aos benefícios.

Por outro lado, quem é segurado facultativo, como donas de casa que contribuem de forma espontânea, também precisa observar a exigência de carência.

Já os segurados especiais, como trabalhadores rurais em regime de economia familiar, têm regras diferenciadas: muitas vezes, a comprovação da atividade rural por determinado período pode substituir a exigência de carência.

O que é qualidade de segurado e como ela influencia na carência?

A qualidade de segurado é a condição que mantém o direito à proteção previdenciária.

Para ter direito aos benefícios, além da carência, é preciso estar com a qualidade de segurado ativa ou em período de graça (que é o tempo que a pessoa permanece com direitos mesmo sem contribuir).

Se a pessoa perde a qualidade de segurado, as contribuições feitas anteriormente não contam para a carência, até que ela volte a contribuir e recupere essa condição.

Por isso, quem fica muito tempo sem contribuir pode ter problemas na hora de comprovar a carência e, consequentemente, perder o direito a benefícios.

Como recuperar a qualidade de segurado e voltar a contar a carência?

Se você perdeu a qualidade de segurado, não se preocupe: é possível recuperá-la!

Para isso, basta voltar a contribuir. Mas atenção: será necessário cumprir novamente a carência exigida para cada benefício.

Ou seja, mesmo que você já tivesse cumprido a carência anteriormente, após perder a qualidade de segurado, a contagem recomeça do zero.

Por isso, o ideal é manter as contribuições em dia sempre que possível.

Quais são os riscos de não cumprir a carência?

O principal risco é ter o benefício negado no momento em que você mais precisa.

Imagine: você está doente, incapacitado para o trabalho e, ao solicitar o auxílio-doença, descobre que não tem o número mínimo de contribuições exigidas.

Por isso, é fundamental conhecer as regras de carência e planejar suas contribuições com antecedência, garantindo que terá direito aos benefícios quando precisar.

Como saber se já cumpri a carência para o benefício que quero?

A maneira mais segura é consultar o extrato do CNIS (Cadastro Nacional de Informações Sociais), que reúne todo o seu histórico de contribuições.

Você pode acessar esse extrato de forma gratuita pelo site ou aplicativo Meu INSS.

Além disso, sempre que tiver dúvidas, é recomendado buscar a orientação de um advogado especializado ou de um contador, que pode ajudar a interpretar corretamente os dados.

Conclusão: fique atento à carência e evite surpresas!

A carência é um dos principais requisitos para acessar os benefícios do INSS. Entender como ela funciona, quem precisa cumpri-la e como é feita a contagem é essencial para não ter seu benefício negado.

Por isso, mantenha suas contribuições em dia, acompanhe o seu CNIS e, se surgir alguma dúvida, procure ajuda especializada!

Continue navegando pelo nosso site e confira outros conteúdos importantes sobre seus direitos previdenciários.

Perguntas frequentes (FAQ)

O que é a carência no INSS?

É o número mínimo de contribuições mensais que o segurado deve ter para ter direito a determinados benefícios previdenciários.

Carência e tempo de contribuição são a mesma coisa?

Não! A carência é contada em meses de contribuição, enquanto o tempo de contribuição considera os dias trabalhados.

Quem está isento de cumprir carência?

Quem sofre acidente ou possui doenças graves listadas pelo Ministério da Saúde está dispensado da carência para alguns benefícios.

O que acontece se eu não cumprir a carência?

Você pode ter o benefício negado pelo INSS, mesmo que tenha contribuído esporadicamente.

Como consultar minhas contribuições para saber se já cumpri a carência?

Acesse o site ou aplicativo Meu INSS e consulte o extrato do CNIS.

Preciso de advogado para verificar a carência?

Não é obrigatório, mas pode ser muito útil, especialmente se houver dúvidas sobre a contagem ou necessidade de regularização.

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Mirian Carla Cappato

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